sábado, 14 de abril de 2012

Destaque | LAIA - SOGRA - 2012 | Portugal

Género
Post-Rock

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Para o segundo disco, os Laia multiplicaram-se. De 2 (Alexandre Bernardo e Pedro Trigueiro) passaram a 5 (Cipriano Mesquita, Luis Custódio e Fred Ferreira). Em estúdio, os Laia tiveram oportunidade de convidar Pedro Gonçalves (Dead Combo) para participar em dois temas: "Lazabila" e "Ninfa". Neste último também marca presença Ricardo Parreira (guitarra portuguesa). As gravações decorreram no estúdios Namouche e Quarto ao Lado. Num disco feito de inspiração na matriz rock e em raízes de música popular portuguesa, o reflexo é visível em temas como "Encomendação das Almas", recuperação a um canto popular utilizado em algumas zonas do país, mas que no caso particular aponta à versão do Grupo de Cantares Tradicionais de S. Miguel d?Acha. Inspiração máxima desde a primeira hora dos Laia, Fausto Bordalo Dias deu a bênção para a recriação do clássico "Lembra-me o Sonho Lindo".


Alexandre Bernardo (guitarra eléctrica, adufe, bombo, voz)

Cipriano Mesquita (guitarra portuguesa, bombo, voz)
Fred Ferreira (bateria)
Luis Custódio (guitarra portuguesa, adufe, voz)
Pedro Trigueiro (baixo, bombo, voz)
http://www.rastilho.com
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No segundo álbum, os Laia ganham em clareza aquilo que se perde em pureza. Uma questão de equilíbrio de forças

O melhor que está a suceder à música portuguesa não vem de uma cena (pouco) independente sociologicamente filiada na classe média-alta que se limita a decalcar ou traduzir modelos exteriores, por muito boas que essas referências possam ser. A globalidade do mercado de 2012 invalida por completo a lógica do «é novo por cá» que ainda povoa algumas mentes menos atentas. De músicos e agentes análogos.

Também entre os mais novos há bons exemplos mas a verdadeira renovação tem sido operada por aqueles que querem renovar a tradição. Entre aqueles que se dedicaram especificamente à guitarra como os Dead Combo, Norberto Lobo, Filho da Mãe e Cipriano Mesquita ou os que pensaram na canção como um todo - Deolinda, Virgem Suta, OqueStrada, A Naifa, Diabo na Cruz ou Virgem Suta - os Laia estão lá.


«Sogra» depura uma linguagem em que há duas matrizes claramente identificadas: uma herdeira de uma tradição folclórica que apanha pelo caminho Fausto e outra que vem do pós-rock facção Mogwai. Se no álbum de estreia a inocência natural não permitia pesar essas duas forças, desta vez há uma noção maior da importância de cada uma. 

Certo é que com o requintar da «balbúrdia» de «Viva Jesus e Mais Alguém» se perdeu parte da identidade dos Laia. Embora mais claras, as canções de «Sogra» distanciam duas rotas que, no seu melhor, colidiam. Essa demanda pela aliança espácio-temporal é agora menos evidente, embora a zona de conforto represente agora uma área mais ampla. Certeira é a versão de «Lembra-me Um Sonho Lindo», de Fausto, capaz de elevar a admiração confessa pelo autor a um nível superior à da mera homenagem.

http://discodigital.sapo.pt

http://musica.sapo.pt/album/14074174

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